segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O dilema de Jane Eyre

 

Olá, querido leitor!

    Ano passado, li o maravilhoso “Jane Eyre”, da escritora inglesa Charlotte Brontë. A obra me despertou várias emoções. Mas no ápice da história tive que registrar minhas impressões num texto que li somente para um amiga com quem compartilhei a leitura.     Ela gostou muito do que escrevi, então eu decidi publicar aqui para conversar um pouco com vocês.

    Entretanto, preciso avisar que meu texto traz um grande “spoiler”, ou seja, revela fatos desconhecidos de quem ainda não leu o livro. Se você pretende ler esse clássico, sugiro que só continue a leitura do meu texto, caso não se importe em saber antes o que vai acontecer no enredo. Se você não é muito fã de “spoiler”, deixe para ler este comentário da obra em outro momento.

    Aguardo ansiosamente a opinião de vocês!





O dilema de Jane Eyre

 Por Vania Ortiz G.


Jane Eyre vive um dilema.

Na hora exata do seu casamento, descobre que seu noivo, sr. Rochester, já era casado. Foi uma surpresa para o leitor, foi também para a personagem. Ele, porém, justificou sua história mostrando a todos quem era sua mulher: uma senhora com problemas mentais, a quem mantinha escondida e encarcerada dentro de casa, devido à sua força e violência.

É compreensível o argumento do sr. Rochester. Ele é casado perante a lei, mas não é casado na vida. Seu relato ainda nos conta as circunstâncias em que se deram o casamento. Pelo que ele diz, foi enganado pelo pai, que queria um união de conveniência, sabia da condição mental da noiva, mas não poupou o filho. Ele se sente vítima do destino. E foi, de fato, no meu ponto de vista. No entanto, o sr. Rochester pagou o destino com a mesma moeda: enganou sua noiva Jane Eyre.

Jane não sabia da esposa louca de Rochester, foi surpreendida na hora do casamento. Ela não teve como ponderar, não pôde avaliar a situação do noivo para decidir se queria ou não uma união ilegítima perante a lei, legítima perante o amor.

Contudo não há amor sem liberdade. Jane foi ferida muitas vezes nessa situação. Mas a negação do seu direito de escolha foi a principal violência que sofreu.

Chego a dizer (ainda não terminei de ler o livro) que Jane amou Rochester na sua ignorância da verdade. Sem saber a real condição do noivo, crendo que ele era um homem livre para amá-la integralmente, ela o amou e lhe entregou seu coração e seu destino. Rochester amou a si mesmo.

Ao decidir ir embora, abandonando o sonho de casamento, Jane preserva seus princípios morais, sua sanidade, sua crença e seu amor-próprio. É um sacrifício doloroso, em que, muitas vezes, ela questiona a própria decisão.

Fosse o século XXI, quando o divórcio é socialmente aceito, na maioria dos grupos sociais, talvez esse dilema tivesse outro final. Mas, em hipótese alguma, um relacionamento saudável pode ser construído em cima de uma mentira.

Esta é a grande força da personagem: seguir sua consciência. Sua decisão gera no leitor um desconforto com a frustração inicial de não realizar um sonho prestes a acontecer. Entretanto, também dá uma sensação de bem-estar, pois nada melhor do que uma decisão de consciência livre.


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E vc, o que achou da obra Jane Eyre? Deixe aqui nos comentários. 

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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Ditados populares

   Os ditados populares são exatamente o que o nome diz: populares. Eles estão no coração do povo. Nos momentos em que nos faltam palavras, mas queremos expressar um pensamento ou sentimento preciso, eles nos salvam sintetizando o discurso e alcançando facilmente o objetivo desejado. Os ditados estão na memória dos falantes e são usados com tanta frequência e naturalidade que não é necessário muito esforço para entender seu significado. 

Baseado na memória popular, ilustrei alguns deles para vocês! 

Vamos começar com os animaizinhos: 






Agora os outros que preparei aleatoriamente: 





 

Você também pode acompanhar a série dos ditados populares no Instagram: @escrivaninhaortiz !

Beijos 

domingo, 26 de novembro de 2017

Hoje vou de poema

ESCAVAÇÃO 







Amor é chá de quebra-pedra
Vão os pedregulhos se encaixando,acomodando, solidificando a memória.
Faz escultura de rochas.
Estabilizado o temor,
Aniquilada a esperança,
Já se pode caminhar com segurança.
Até sentir o deslize dos rochedos.
É o aroma da vida exalando outra vez.
Na maciez insistente como maré
Ressurge o movimento destabilizador
da certeza.


domingo, 13 de agosto de 2017

Seguidores


O Mestre proclamou o amor.
Eles cantam o desprezo e o ódio!
O Mestre declarou liberdade. 
Eles seduzem e escravizam. 
O Mestre ensinou o perdão. 
Eles clamam por vingança. 
Quem são, pois, seus seguidores, ó, Mestre?

"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros."



quarta-feira, 21 de junho de 2017

MEU AVÔ TEM UM BOLSO MÁGICO

MEU AVÔ TEM UM BOLSO MÁGICO



Meu avô é diferente. Ele tem um bolso mágico.
Qualquer momento do dia, encontrando com ele pelo caminho:
- Vô Nino, me dá uma bala?
Banana, maçã ou uva... No seu bolso tem balas infinitamente.

Meu avô é impressionante. Ele tem um bolso incrível!
Tira de lá um pente bem fininho,
Penteia os cabelos lisos e negros.
E apesar de já ter soprado mais de setenta velinhas,
Seu cabelo nunca fica branco.  

Vô Nino é admirável. Ele tem um bolso fantástico.
De manhã, pinta paredes.
De noite, o pincel vira arte e pinta nos quadros
caminhos de felicidade.

Vovô é apaixonante. Ele tem um bolso extraordinário.
Com a pá que tira do bolso, ele levanta um muro rapidamente.
E com a simpatia que leva no rosto
 constrói amizades pela vila:
--Vem tomar café aqui em casa, seu Nino!

Vô Nino é admirável. Ele tem um bolso criativo.
Com a colher que tira de lá, faz café cheirar longe.
Todo mundo vem pra casa do Vô Nino e vó Tiana
Porque de longe escuta o cheirinho de café.

Mas o melhor de tudo isso,
Não tem como explicar.
No seu bolso, todo dia,
Qualquer hora que chegar,
Tem balas infinitas, é só pedir, ele te dá.
  

Não pensem que estou inventando, não, não.
Estão pensando que isso é brincadeira?
Vô Tiana é Sebastiana e vô Nino é Sebastião
Eles moram na rua Sebastião Laranjeiras.



segunda-feira, 29 de maio de 2017

aMor



Olá, leitores desta escrivaninha! 

Há coisas na vida de que gostamos e sabemos dizer exatamente o porquê. Às vezes é admiração ou gratidão. Às vezes foi a convivência e a familiaridade que cresceram tanto que fizeram brotar um vínculo profundo demostrado em afeto. Às vezes são os laços sanguíneos. Entretanto, há coisas das quais gostamos tanto que ultrapassa qualquer tentativa de explicação. Elas estão assim tão entranhadas em nós, tão do nosso jeito, que perdemos a razão de ser. Já não sabemos mais por que gostamos tanto!
 É assim que eu sinto a Legião Urbana. 



Talvez isso seja só um devaneio.

Um beijo de amor de fã!