Eu gostava quando ela dizia isso. Entretanto, mais de dez anos se passaram e eu ainda não tinha lido um sermão (momento de confessar os pecados!). Pois não é que topei com um livro ontem na Sala de leitura onde trabalho?!
Comecei com o sermão do Mandato! Que lindeza, meu Deus! Que jeito mais bonito e eficaz de se discorrer sobre o amor dos homens e o amor de Cristo! Fiquei feliz de reconhecer as referências de alguns preletores que escuto.
Hoje foi a vez do Sermão da Sexagésima! Daí meu coração despencou de amores! Maravilhoso, engraçado, inteligente e, pasmem!, embora tendo sido pregado em 1645, atualíssimo!
Obviamente, o foco da professora na graduação era o traço literário do sacerdote-literato. Eu, porém, destaco familiaridade os clérigos da atualidade.
" Miseráveis de nós, e miseráveis dos nossos tempos ,pois nele se veio cumprir a profecia de S. Paulo: ' [..] Fecharão os ouvidos à verdade e abri-los-ão às fábulas'. Fábula tem duas significações: quer dizer fingimento e quer dizer comédia; e tudo são muitas pregações desse tempo. São fingimento, porque são sutilezas e pensamentos aéreos, sem fundamento de verdade; são comédia porque os ouvintes vêm à pregação como à comédia; e há pregadores que vêm ao púlpito como comediantes."
Seria a semelhança com alguns evangelistas mera coincidência? Ah, se Vieira viesse às terras tupiniquins de hoje e visitasse alguns templos!
Muito obrigada, Lilian Jacoto!
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Referência:
VIEIRA, Padre Antônio. Sermão do bom-ladrão e outros sermões escolhidos. Seleção de Frederico Barbosa; São Paulo; Landy; 2000. ( Sermão da Sexagésima, pág. 156)
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